Falando em gestão, não posso deixar de não indicar um livro, que faz parte da minha formação. Trata-se do livro “Consciência nos Negócios – Como Construir Valores através de Valores”, de Fred Kofman (Editora Campus, 2007). Fred Kofman é presidente da Axialent, empresa de consultoria, que vem auxiliando grandes empresas a descobrirem seus caminhos através de valores.
Ele mostra que os resultados estão intimamente ligados à integridade e a felicidade dos stakeholders, construídos sobre o forte alicerce dos valores. Nada de “sucesso a qualquer preço”. É o sucesso além do sucesso. É o prazer de realizar, realizando-se pessoal e profissionalmente.
Acho que é um livro para você ter sempre na cabeceira…, para você recorrer a ele sempre ou lembrá-lo quando estiver em vias de “cruzar uma linha”, seja ela da impaciência ou da irritação ou da prepotência ou da arrogância ou da pena ou… Ele tem que estar no nosso sangue… Para mim, um livro essencial e fundamental na nossa formação como indivíduo ou profissional.
Destaquei alguns pontos, que subscrevo aqui:
“Um negócio consciente trata com consideração a todos os seus stakeholders. Os funcionários são incentivados a investigar o mundo e o papel que nele desempenham à luz de uma argumentação rigorosamente científica e moral. Eles são convidados à autocontemplação, a descobrir o que significa viver com virtude, sentido e felicidade. Também lhes é pedido que reflitam sobre seus colegas como seres humanos – e não como “recursos humanos”. Finalmente, lhes é exigido que entendam seus clientes e que ofereçam a eles produtos e serviços que deem sustentação a seu crescimento interior e bem-estar. Um negócio consciente cultiva a paz e felicidade nos indivíduos, respeito e solidariedade na comunidade e o cumprimento de metas na organização.”
Fred Kofman reconhece que as empresas precisam de profissionais de alto nível técnico, mas acredita que seja mais importante profissionais com alto nível de consciência. Para ele, enquanto os “colaboradores conscientes são o patrimônio mais valioso de uma empresa, os inconscientes são o seu mais perigoso passivo”. E questiona:
“Quantas empresas já foram à falência em função da arrogância de seus executivos?”
“Quantas já implodiram por falta de comprometimento de seus profissionais?”
“Quantos milhões já foram desperdiçados por gerentes que se recusaram a enxergar a realidade?”
“Quantos líderes optaram pela recompensa imediata de receitas trimestrais em detrimento de lucros de longo prazo?”
“Colaboradores conscientes assumem a responsabilidade por suas vidas. Eles não abrem mão de valores humanos em troca de sucesso material. Falam a verdade e ouvem a verdade dos outros com honestidade e respeito. Buscam soluções criativas para desacordos e honram seus compromissos impecavelmente. Eles mantêm contato com suas emoções e as expressam de forma produtiva.”
O conceito mais importante do livro pregado pelo Fred diz respeito às pessoas assumirem-se como vítimas ou protagonistas. Segundo ele, “todos sofremos com o impacto de fatores além do seu controle e que, portanto, todos somos vítimas. No entanto, temos a capacidade de responder às circunstâncias e de influenciar o modo como elas nos afetam.”
“O protagonista está dentro do jogo e poderá influenciar seu resultado. A vítima está fora e poderá apenas sofrer as consequências e as ações executadas por outros… Existem muitas maneiras de se olhar para qualquer problema. Algumas promovem o poder e a conquista; outras, a fraqueza e o fracasso. Para que se consiga obter grandeza pessoal e organizacional, é preciso que se adote a primeira hipótese e abandone a segunda. É preciso abordar cada situação do ponto de vista do protagonista.”
Esta “consciência da escolha é essencial para poder, responsabilidade, dignidade, liberdade e humanidade pessoais. Qualquer que seja a situação, você poderá responder às circunstâncias em alinhamento com seus valores. O verdadeiro sucesso não é alcançar seus objetivos, mas sentir-se feliz e em paz. Além do sucesso está a serena alegria da integridade: é o sucesso para além do sucesso.”
E aí? Qual o papel que você vai assumir?
Vejam o que o menino preferiu…